sexta-feira, outubro 20, 2017

Quando eu estiver velhinha...

"Quando eu estiver velhinha, vou morar um pouco com cada filho,
e dar a eles tantas alegrias... Do jeito que eles me deram.
Quero retribuir tudo o que desfrutei deles fazendo as mesmas coisas.
Oh, eles vão adorar!
Escreverei nas paredes com lápis de cores diversas, 
pularei nos sofás de sapatos e tudo. Beberei das garrafas
e as deixarei vazias e fora da geladeira, entupirei de papel
os vasos sanitários; como eles ficarão bravos com isso!
(Quando eu estiver velhinha e for morar com meus filhos)...
Quando eles estiverem ao telefone e não puderem me alcançar,
vou aproveitar para brincar com o açúcar ou com a água sanitária.
Eles vão balançar suas cabeças e correr atrás
de mim.Mas, eu estarei escondida debaixo da cama.
Quando me chamarem para o jantar que eles prepararam,
não vou comer as verduras, as saladas ou a carne,
vou engasgar com o quiabo e derramar leite na mesa,
e quando se zangarem, corro ― se for capaz!
Sentarei bem perto da TV e vou mudar de canal o tempo todo.
Tirarei as meias pela sala e perderei sempre um pé;
e vou brincar na lama até o final do dia.
E mais tarde, à noite, já deitada, vou agradecer a Deus por tudo,
fechar meus olhinhos para dormir, e meus filhos vão olhar para mim com um meio sorriso e vão dizer:
― Ela é tão doce quando está dormindo!"
Luciana Viter

segunda-feira, outubro 09, 2017

Estudo sobre decisões na hora de comprar leva Nobel de Economia

Americano estudou a maneira como as pessoas tomam decisões econômicas. Às vezes, colocando de lado a racionalidade e agindo por impulso.


O Prêmio Nobel de Economia deste ano foi para um americano que estuda a maneira como as pessoas tomam decisões quando o assunto é dinheiro.
Você vai ao shopping comprar uma calculadora. Na primeira loja, ela custa R$ 15. Você passeia pelo shopping e vê a mesma calculadora por R$ 20 em outro lugar. A maioria volta para comprar na primeira.
Agora, se for uma jaqueta. Na primeira loja, custa R$ 195 e, na segunda, R$ 200. A mesma diferença. A maioria não volta.
Foi esse tipo de pesquisa que deu o Prêmio Nobel de Economia ao americano Richard Thaler, professor da Universidade de Chicago. Ele mostrou que são decisões irracionais que nos fazem agir de forma diferente nos dois casos, embora a economia seja a mesma.
“Pensar cansa. Então nosso cérebro é programado para economizar energia e, a partir daí, ele automatiza os processos. 90% das nossas decisões são irracionais, é nesse piloto automático”, explicou a economista comportamental da FGV-SP Andreia de Paiva.
Quando queremos comprar um carro, a concessionária oferece geralmente um test-drive. É a chance de experimentar o carro. Quando a gente dirige, começa a se sentir dono dele. Para o nosso cérebro, é como se ele já fosse nosso. Por isso, chegamos quando à concessionária é tão difícil se separar do carro. Nós, seres humanos, odiamos perder aquilo que já consideramos nosso.
“É mais um processo automático do nosso cérebro. Quando a gente considera que uma coisa é nossa, é muito mais difícil perder essa coisa, deixar ela ir, do que essa coisa nunca foi nossa”, completou Andreia de Paiva.
Por economizar energia, ficamos suscetíveis a empurrõezinhos para tomar decisões. Um bom exemplo é a doação de órgãos. Na Áustria, onde a opção pré-definida pelo governo é ser doador, o empurrãozinho faz 99% dos austríacos a agirem por inércia e doarem órgãos. Na Alemanha, onde a regra inicial é não ser doador, apenas12% optam pela doação.
Thaler já era conhecido antes do Nobel. Ele apareceu no filme “A Grande Aposta”, em uma cena em que ele explica como funciona um dos instrumentos do mercado financeiro.
Pelo Nobel, Thaler vai receber mais ou menos R$ 3,5 milhões e anunciou que vai contrariar tudo que sempre pregou: vai gastar o dinheiro do jeito mais irracional possível.