sexta-feira, maio 25, 2012

População tem orientação jurídica gratuita na Boca Maldita nesta sexta

Quem precisa de orientação jurídica nas áreas cível, criminal e de família deve ir até a Boca Maldita, no Centro de Curitiba, nesta sexta-feira (25). Defensores públicos irão atender a população gratuitamente até as 17 horas. O serviço é ofertado somente para quem tem renda mensal de até três salários mínimos.
É preciso apresentar comprovante de renda ou declaração própria de impossibilidade financeira para ser atendido. A ação na Boca Maldita é desenvolvida em parceria pela Defensoria Pública do Paraná e pela Prefeitura de Curitiba.
Atendimento em outros bairros
Em 30 de maio, a população poderá receber orientações jurídicas gratuitamente no Bairro Novo. O atendimento será feito na Rua da Cidadania do bairro.
A ação ocorrerá, em junho, no bairro Pinheirinho e também no Centro de Curitiba. Os defensores públicos irão atender no Pinheirinho, em 13 de junho, na Rua da Cidadania. No Centro, o atendimento será em 20 de junho, na Rua da Cidadania Matriz.
Fonte: Gazeta do Povo 25/05/2012

quinta-feira, maio 24, 2012

Dois homens foram presos na tarde desta quarta-feira (23), em Curitiba, suspeitos de aplicar o golpe do falso computador. Depois de uma denúncia anônima, Wagner Dias Pinto, 28 anos, eBruno Álvaro Souza Carvalho, 29 anos, foram pegos em flagrante vendendo pedaços de madeira como se fossem notebooks.
Polícia Militar encontrou os suspeitos na Praça Santos Andrade, no Centro da capital. Com eles foram apreendidos cinco computadores falsos, R$ 655 e uma pequena quantidade de maconha. Os dois foram encaminhados para o 1º Distrito Policial.
Patricia Fernanda / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Patricia Fernanda / Agência de Notícias Gazeta do Povo / Detalhe do falso notebook vendido pela duplaDetalhe do falso notebook vendido pela dupla
O delegado do 1º DP, Vinicius Martins, explica que eles agiam em vários pontos do centro da cidade. Os suspeitos envolviam dois pedaços de madeira em fita adesiva preta e, na parte inferior do objeto, colocavam um teclado verdadeiro de notebook. Os suspeitos também colocavam um papel com a marca de uma loja de eletrodomésticos e todo o conteúdo era embrulhado em plástico-bolha. “Eles falam que é um computador novo, que estão precisando de dinheiro e a pessoa acaba comprando por ser barato”, disse o delegado.
Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, pagou R$ 450 por um dos falsos computadores na tarde de terça-feira (22). Ela conta como foi o golpe. “Eu estava passando pela Rua XV e me abordaram com uma sacola preta, oferecendo notebook. Eu disse que não tinha dinheiro e eles me deram um telefone para eu ligar depois. Liguei e marquei um encontro com eles às 18h30 na XV”. Segundo a vítima, eles alegaram que conheciam uma pessoa que trabalhava no estoque de uma loja e por isso conseguiam vender o produto tão abaixo do preço de mercado.
A mulher conta que, no momento da compra, percebeu que o falso notebook não continha cabos e que o suspeito afirmou que não conseguiam vender o cabo, mas que era fácil e barato para comprar em outro lugar. Ela aceitou o produto e logo em seguida foi até uma lan house para testar o equipamento, foi quando se deu conta do golpe. Ela afirma que viu muita gente comprando. “Algumas pessoas levavam até dois computadores”.
Cinco homens participaram do golpe, segundo a vítima. De acordo com o delegado, a polícia está investigando para descobrir quem são os outros envolvidos.
Os suspeitos já têm passagem pela polícia por furto e estelionato, em São Paulo e no Distrito Federal. Wagner é natural de Planaltina, Goiás, e Bruno nasceu em Brasília, Distrito Federal. Pelo golpe do computador, eles serão autuados por estelionato.
Fonte: Gazeta do Povo 23/05/2012

Desafio do Chef veste o homem nu da Praça 19 de Dezembro


Um dos símbolos de Curitiba, a estátua do homem nu, na Praça 19 de Dezembro, "acordou" diferente na manhã desta quinta-feira (24). O monumento ganhou um avental e um toque (chapéu dos chefs de cozinha) gigantes, que devem despertar a curiosidade de quem passar pelo local. Tudo faz parte da divulgação de um concurso realizado pelo Bom Gourmet, editoria de gastronomia da Gazeta do Povo.
O Desafio do Chef é uma competição de receitas enviadas pelos leitores. É realizado em quatro etapas, e as inscrições para a terceira delas estão abertas até o próximo domingo. Se você tem um preparo infalível de carne vermelha (bovina, suína ou de caça), cadastre-o no site da disputa (www.gazetadopovo.com.br/desafiodochef). O vencedor poderá ganhar prêmios como um curso de chef de cozinha e diversas garrafas de vinho.
O homem nu permanece vestido de chef até domingo (27). Também na página do concurso, você irá conferir, nesta quinta-feira (24), um vídeo de como foi feita esta intervenção na estátua.
Fonte: Gazeta do Povo 24/05/2012

quarta-feira, maio 23, 2012

Paranaense que vivia na Espanha é deportada


Uma paranaense foi detida ontem como imigrante ilegal no aeroporto de Madri, na Espanha. Vilma Morini, de 55 anos, natural de Campo Mourão, engrossa o número de brasileiros que são barrados pela rigorosa polícia espanhola antes de entrar no país. Sua situação é diferente, pois ela tem um apartamento na cidade de Múrcia, no sul, onde morou nos últimos cinco anos.
De acordo com informa­­ções da embaixada da Espa­­nha no Brasil, Vilma foi detida por não portar o NIE (documento espanhol equivalente ao nosso Registro Nacional de Estrangeiros). Isso tornou a situação dela irregular.
Barrados
Números de brasileiros que não conseguiram entrar na Espanha nos últimos 5 anos:
2008 – 2.196 inadmitidos (0,97% do total de 226.111 brasileiros que viajaram à Espanha)
2009 – 1.714 inadmitidos (0,75% do total de 227.731 brasileiros que viajaram à Espanha)
2010 – 1.695 inadmitidos (0,7% do total de 241.214 brasileiros que viajaram à Espanha)
2011 – 1.419 inadmitidos (0,39% do total de 360.006 brasileiros que viajaram à Espanha)
2012 – (até abril) 299 inadmitidos
Fonte: Itamaraty
Atrito
Rigor com brasileiros criou indisposição diplomática
As restrições dos espanhóis com os brasileiros que tentam entrar na Espanha tem gerado, desde 2008, uma indisposição entre os dois países. De acordo com a professora de direito internacional das Faculdades Rio Branco Angela Tsatlogiannis, os dois países estão em uma reciprocidade diplomática no tratamento de estrangeiros que desembarcam nos aeroportos.
Para a assessora de imprensa do Itamaraty Alessandra Vinhas a situação entre as duas nações precisa ser discutida com urgência.
“No dia 4 de julho vai ter uma reunião bilateral sobre esse tema em Madri.
Não adianta o governo dizer que vai ser resolvido se no dia a dia não houver esse tratamento no aeroporto”, diz.
Com o pacote de austeridade da União Europeia, que reduz as políticas de desenvolvimento dos países do bloco, a aceitação de estrangeiros pode ter piorado.
“Com o país em crise, o número de desempregados aumenta. Os estrangeiros representam postos de trabalhos reduzidos para a própria população espanhola”, afirma a professora Angela Tsatlogiannis.
Outro problema seria o possível custo de estrangeiros como a paranaense Vilma Morini ao Estado. “A relação de dependência, na questão de saúde e aposentadoria, também pode pesar ao impedir que essas pessoas desembarquem no país”, observa Angela.
“Na verdade, o problema­­ foi que o documento estava­­ vencido. E ela nem sabia que­­ vencia”, contou o filho­­ da pa­­ranaense, Diogo Manoel Morini, que mora em Curi­­tiba. Segundo ele, a mãe passou três meses no Brasil visitando a família. Nesse período, o registro espanhol passou da validade e, na hora de retornar ao país, ela não conseguiu desembarcar do avião.
Antes de conseguir o NIE, Vilma viveu como imigrante ilegal na Espanha. Sua irmã, Vanda, contou à Gazeta do Povo que a situação foi regularizada depois que ela conseguiu um emprego e adquiriu o apartamento. “Ela tentou voltar para pagar os últimos impostos pela aquisição do imóvel.”
Garantias
Para Alessandra Vinhas, assessora de imprensa do Mi­­nistério das Relações Exte­­rio­­res do Brasil – o Itamaraty –, o imóvel não é garantia de permanência para estrangeiros. “É preciso averiguar se ela tem o visto de residência. O que teria de comprovar era o visto legal e não se há um apartamento no nome dela”, diz. Para a assessora, o importante nesses casos é ter a documentação atualizada, para não “dar chance ao azar”.
“Tem que ir com tudo certo. Precisa ter os documentos de circulação em dia. Se vai a turismo, tem que ter o convite ou a reserva de hotel”, orienta Alessandra. Segundo ela, nem adiantava a paranaense entrar em contato com a embaixada brasileira, pois a Espanha é soberana para decidir quem entra ou não no país.
A professora de direito internacional das Faculdades Rio Branco de São Paulo An­­gela Tsatlogiannis explica­­ que cada país tem poder discricionário de Estado – ou seja, pode agir como quiser – ao deportar estrangeiros. Isso não significa que possam tratá-los com desrespeito.
Vilma relatou à Gazeta do Povo na manhã de ontem que ficou trancada durante horas com outros imigrantes. Recolheram seus documentos, celular e o computador. “Se tivessem agido como desumanos seria mais complicado”, explica Angela.
A paranaense pretende resolver a situação do apartamento por aqui e, quem sabe, até voltar para a Espanha. Algo que a professora de direito internacional considera complicado. “Uma vez que você é deportado por estar em uma situação irregular, você entra num registro de todos os países da União Europeia. Seu nome pode passar a dificultar sua circulação na Europa até como turista.”
Colaborou Flávia Schiochet.
Fonte: Gazeta do povo 23/05/2012

terça-feira, maio 22, 2012

HERROS DA PULIÇA!!!‏

Depois das "Pérolas do ENEM agora vamos rir das "Pérolas da Puliça". Tal anedotário é obra de um Tenente Coronel da PM, que recentemente expôs o conteúdo de seu livro no Programa do Jô Soares, informando que todas as frases foram originalmente coletadas dos livros e relatórios de registro policial.
Alguns erros notórios escritos por policiais em ocorrências:

 'Senhor delegado, deu entrada no Pronto-Socorro Municipal o cidadão, 
vítima de 'gargalhada'. 'Gargalhada' no peito, no rosto e nas costas.
Segue anexo um 'gargalho' de garrafa.'




(Por acaso não seria : GARGALO !??)


'O veículo, durante o acidente, teve amassamento no pára- choques e nos 
pára-lamas dianteiros, sendo quem não pudemos colher melhores dados, devido à vítima haver fugido a 'galope.'
(Era um atropelamento de cavalo ?).


'O condutor foi preso em flagrante por estar dirigindo em velocidade 
'incombatível' com o local.'

(O que pensar....?) 'Ocorreu um 'abarroamento de pessoas'.  'Os conduzidos, além da algazarra, ainda xingavam a todos com palavra de baixo 'escalão'.(Bom...no nosso país,  tudo é uma questão de escalão!) 



'Demos cobertura à ambulância na condução de um 'débito mental' até o 
PSM'.
 (Vc já pode imaginar quem está com débito mental ?!)
'O condutor do veículo colocava em risco a segurança das pessoas, pois
estava dando 'cavalo de Paulo' na rua'

(Que Paulo...   quem é o Paulo...chama o Paulo , vai !?)
'Chegando ao local, encontramos a vítima caída ao solo, aparentando ter 
cometido um 'homicídio contra si mesmo'
 (Esse aí acredita em reencarnação,  hein?)' 
'No histórico da ocorrência, constava como objeto apreendido: duas latas
de cera 'Odd' e uma lata de cera 'PPO'. 
(Uma das latas estava de cabeça para baixo,  fala sério ???). 
'Formava uma 'língua de fogo que lavava a rua'
( O que comentar???)
'O cidadão machucou o 'membro do rosto'.'
( Alguém conhece esse membro ??)
'O conduzido, que foi preso em flagrante, disse que era inocente na 
acusação e que não estava passando de 'bode respiratório'.'

( Deve ser uma nova técnica de recuperação pulmonar !)
'O sujeito estava vestido com uma calça Jeans e uma camisa 'destampada' ' 
(Por que ele não 'tampou'???) 
'...os indivíduos tentaram resgatar o autor do nosso domínio através do
uso de força 'anônima'.' 

( Esse aí tava 'emaconhado'! ! !)
 
'O cadáver apresentava sinais de estar morto.'

(Ufa , ainda bem !!)
'Foi apreendido um quilo de lingüiça 'perfumada' '
(Esse aí se apaixonou pela linguiça !!)
'Atendemos à 'solicitação do solicitante', que nos narrou que o autor 
praticava 'atentado violento' ao pudor,pois exibia para os transeuntes os
'órgãos sanitários'.'

(O que comentar...fico sem palavras !!)


'Após discutir com a vítima, o autor desferiu um forte soco no rosto da 
mesma, que de tão violento, 'soltou a tampa de seu nariz' '(Deve ser o mesmo cidadão da camisa 'destampada'...  ele tem algum problema com esse objeto !?)



Thomas, o gatão

Polícia Civil terá contas auditadas e estrutura modificada


O governador Beto Richa (PSDB) anunciou ontem uma auditoria nas contas da Polícia Civil e a reorganização de toda a estrutura administrativa da corporação. Em síntese, trata-se de uma intervenção, já que a auditagem do fundo rotativo e o novo desenho organizacional da instituição ficarão a cargo de uma empresa privada a ser contratada por meio de licitação. Ao mesmo tempo, o governador prometeu rigor nas investigações das irregularidades apresentadas pela série de reportagens iniciada no domingo pela Gazeta do Povo. A Assembleia Legislativa, o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado também vão investigar as denúncias (leia mais nesta página).
O secretário estadual de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, detalhou que o objetivo é que a empresa terceirizada “repense” o “desenho organizacional”, os procedimentos e atos de gestão da Polícia Civil. Ao mesmo tempo, a contratada deve fazer uma auditoria nas contas da corporação, principalmente no fundo rotativo. A Gazeta do Povo mostrou casos de delegacias fantasmas que continuam recebendo recursos do fundo. Segundo o governador, o edital de licitação para a contratação da empresa que fará o planejamento será publicado nas próximas semanas. Nas palavras do governador, a Polícia Civil vai passar por “uma reestruturação administrativa completa”.
Preocupação
Deputado petista quer comissão especial para investigar denúncias
O deputado Tadeu Veneri (PT) vai propor hoje a instalação de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) na Assembleia Legislativa do Paraná para apurar as irregularidades no fundo rotativo da Polícia Civil. O líder do governo na Casa, Ademar Traiano (PSDB), disse não ver razão para a CEI, uma vez que essa seria uma questão de ordem administrativa do Executivo.
Para Veneri, é preciso esclarecer quem solicitou os recursos, quem autorizou a liberação e qual o destino do dinheiro. “Como não foi percebido em 8 anos que a delegacia de Guaraqueçaba está às ruínas, que várias delegacias no interior nunca existiram?” questionou. “A preocupação é que haja outras situações de desvios de recursos além dessa denunciada pela Gazeta do Povo.”
Traiano afirmou que o governo já tomou as providências para apurar as responsabilidades e que é nessa instância política que o caso deve ser investigado. “A melhor resposta foi a ação rápida por parte do governo para responsabilizar e punir os possíveis envolvidos”, declarou. “O corpo da polícia é muito amplo e, às vezes, falhas ocorrem. Não é obrigação do governador saber do funcionamento de todas as delegacias do estado.”
No entanto, o secretário estadual de Controle Interno, Mauro Munhoz, admitiu que o sistema de fiscalização do governo precisa de ajustes. “As denúncias são uma demonstração de que há necessidade de melhorias, mas elas são gradativas. Esse quadro precisa ser revertido e o secretário de Segurança Pública já está fazendo isso.”
Presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia, o deputado Mauro Moraes (PSDB) deve encaminhar um ofício ao delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius Michelotto, pedindo rigor nas investigações. “A Corregedoria da polícia precisa apurar os detalhes o quanto antes, sem omitir uma vírgula sequer sobre o que ocorreu.”
Euclides Lucas Garcia
Outro lado
Ex-secretário diz não ter conhecimento de fraudes em sua gestão
O ex-secretário de Segurança Pública Luiz Fernando Delazari, que esteve à frente da pasta entre maio de 2003 e abril de 2010, disse que nunca teve conhecimento de irregularidades no fundo rotativo da Polícia Civil. Dos oito anos analisados pela série “Polícia Fora da Lei”, seis correspondem ao período em que Delazari esteve no cargo. “Este fundo é alheio, sobre o qual o secretário não tem gestão. É um fundo da Polícia Civil, que a Polícia Civil geriu. Se eu soubesse de alguma irregularidade, ia mandar apurar”, disse.
“O gestor é um delegado, quem faz o controle interno é a Polícia Civil e quem faz o controle externo é o Tribunal de Contas. Isso não chega ao secretário”, completou. Delazari também se eximiu do fato do então delegado-geral Jorge Azor Pinto não ter detectado as evidências. A reportagem não conseguiu localizar o delegado Azor Pinto.
Onde o traficante é a autoridade
Pacata cidade de 3,6 mil habitantes na região Norte do Paraná, Conselheiro Mai­rinck se diferencia das demais pelo atendimento inusitado na delegacia de polícia. Quem atende a população na ausência dos policiais é um traficante. Condenado por tráfico de drogas, Davi Alves Ribeiro é o preso de confiança responsável por vigiar os três colegas de cela. O caso está longe de ser uma exceção. Em São Pedro do Ivaí, no Norte Central do estado, também são os próprios presos que vigiam os presos. Em Cruzeiro do Sul, no Noroeste, uma dona de casa fez as vezes de carcereira.

A princípio, não haverá substituições de delegados que comandam a Polícia Civil, mas as mudanças também podem chegar ao comando da corporação. “Todos, desde o mais simples servidor que possa ter tido uma participação nessa questão do fundo rotativo até o mais graduado delegado de polícia, ninguém vai escapar dessa investigação”, assegurou Richa. “Se houver necessidade de trocar cargos, seja em qual estrutura for, é evidente que isso acontecerá. Tão ou mais importante que a mudança de pessoas é a mudança de estrutura, mudança de procedimentos, é quebra de paradigmas”, complementou o secretário.
Para Almeida César, as denúncias apresentadas pela reportagem revelam um “caos” na segurança pública, alicerçado não só na estrutura organizacional da Polícia Civil, mas também na falta de investimento e no sucateamento das forças policiais do Paraná. “Tudo que foi publicado só reforça o que sentimos desde o primeiro dia: que há um profundo desmantelo da segurança pública. Municípios sem policiais, viaturas paradas, necessidade de se recompor as estruturas administrativas”, definiu.
Falhas históricas
O governador e o secretário atestaram que as suspeitas de irregularidades no fundo rotativo da Polícia Civil são um problema histórico. Há pelo menos15 anos já haviam sido identificados indícios de falhas nos repasses de recursos às delegacias do interior do estado. Entretanto, não foram divulgados detalhes dos casos. “Desde 1996 existe registro na Secretaria de Segurança de que existe reclamação, existe o próprio secretário da época apontando irregularidades na gestão desse fundo rotativo em várias regiões do estado”, apontou Richa.
O levantamento feito pela Gazeta do Povo considerou o período entre 2004 e 2011, intervalo sobre o qual há dados disponíveis no portal da Transparência do governo do estado. Uma equipe de jornalistas identificou valores excessivos para municípios pequenos e foi a campo para comprovar que o dinheiro saía das contas da Polícia Civil e não chegava ao destino, muitas vezes porque nem delegacia existia na cidade.
MP e TCE vão apurar os indícios de fraude
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) vão investigar as denúncias publicadas na série de reportagens “Polícia Fora da Lei”, iniciada domingo pela Gazeta do Povo. O MP abrirá uma investigação na Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público no âmbito cível e criminal. Já o TCE tomou três medidas para comprovar as irregularidades e melhorar a fiscalização nas contas do fundo rotativo da Polícia Civil.
De acordo com o presiden­­te do TCE, conselheiro Fernando Guimarães, o tribunal abrirá procedimentos de responsabilização. Caso se comprovem as irregularidades, os delegados gestores do fundo poderão ter de devolver o dinheiro recebido. Além disso, Guimarães já determinou a realização de estudo para desenvolver a melhor forma de fiscalizar o dinheiro do fundo. Hoje, a prestação de contas dessa verba está inclusa nas contas da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).
“A lei estabelece que esse fundo seja repassado para a delegacia. Essas pessoas que receberam o recurso retornam a prestação de contas para a secretaria. E a consolidação dessa prestação é encaminhada ao TC pela prestação anual da Sesp”, explica Guimarães. Pela proposta do conselheiro, a prestação de contas do fundo deve ser analisada de forma específica e não dentro das contas da secretaria.
Guimarães admite que as contas do fundo rotativo passaram pelo TCE sem que os auditores fossem checar o destino final dos recursos, nas delegacias. “No geral das contas da Sesp, o porcentual do fundo rotativo, não que seja irrelevante, mas é pequeno em relação às outras despesas. E, como temos dificuldades de recursos humanos e materiais, os inspetores não selecionaram como foco o fundo rotativo das delegacias”, justifica.
No entanto, ele diz não ter havido falha do TCE. “Houve uma priorização de outros aspectos. Por critério de relevância, não tivemos condições de estar em todas as pontas da execução desta especialidade (o fundo). O ideal é que estivéssemos em todos os lugares, mas é impossível.” A 5ª Inspetoria de Controle Externo do TCE, responsável pela análise das contas da Sesp, também ficou encarregada de iniciar uma investigação a partir do que foi apurado pela reportagem da Gazeta do Povo.
Para Guimarães, é preciso construir um sistema financeiro mais moderno, aliado a um bom controle interno. “Eu posso ver a dificuldade deles (da Sesp e da Polícia Civil). É conjuntural. É um problema de controle interno. Agora, depois de anos, é que o estado está implantando um sistema”.