O Atlético tem convivido com um problema estranho no intervalo dos últimos jogos. Contra o Fluminense, o volante Deivid teve uma indisposição estomacal. Na partida seguinte, diante do Internacional, foi a vez de Renan Foguinho vomitar a ponto de ter de ser substituído. O problema dos dois – conforme o departamento médico do clube – seria a ingestão de cafeína.
Desde a volta do preparador físico Riva Carli, há pouco mais de um mês, os suplementos voltaram a ser utilizados pelo clube antes dos jogos – o que não ocorria desde o ano passado. Mesmo com os casos envolvendo os jovens jogadores, o médico atleticano Luiz Emed avalia que os resultados precisam de uma melhor análise.
História
Marcus Coelho lembra 2001
Uma noite de saudosismo para cerca de 50 atleticanos que estiveram ontem na Arena. Foi com este clima que o ex-presidente rubro-negro Marcus Coelho falou ontem sobre o título brasileiro de 2001, quando comandava o clube. Uma iniciativa do Círculo da História Atleticana, promovida pela torcedora Milene Szaikowski.
Em sua palestra, Coelho, 54 anos, começou por 1997, quando teve um papel fundamental na área jurídica para evitar que o Atlético fosse rebaixado no tapetão. “Foi um movimento inacreditável, a maior movimentação já vista”, recorda o advogado.
Mas as atenções de todos ficaram em cima do ano histórico, com direito até a um vídeo com os minutos finais das duas partidas decisivas contra o São Caetano. “Neste jogo [em Curitiba, 4 a 2] a torcida não ia embora. Imagine ver aquilo tudo de dentro de campo. Eu chorei muitas noites da minha vida de alegria lembrando daqueles momentos”, assume.
O ex-dirigente não criticou a atual gestão do clube, mas assumiu que tem “quase enfartado” com a situação do time, desde o começo do Brasileiro na zona de rebaixamento. “É impossível falar comigo quatro, cinco horas depois do jogo. Fico absolutamente tenso e em desespero, independentemente do resultado”, assumiu. “Futebol é um jogo, e tem a sorte e o azar”, completou, sem conseguir explicar o que ocorre hoje com o Furacão.
Apesar da organização do evento ter dito à plateia que perguntas políticas não eram bem-vindas para não estragar o “clima bom” da ocasião, Marcus Coelho respondeu aos jornalistas presentes e deixou bem claro: não será candidato no final do ano. “No dia 31 de dezembro de 2001 eu prometi que não seria mais dirigente do Atlético. Um presidente não pode se eternizar. Clubes precisam de alternância de poder. Já dei a minha contribuição”, encerrou o campeão brasileiro. (RM)
“Pode ter ocorrido isso por não terem feito uma hidratação adequada. Não é porque usou [as capsulas de cafeína] que vai ter um problema”, avalia.
No caso de Renan, a diminuição da pressão e o mal-estar foram os motivos para ele ter sido substituído.
Diante dos efeitos colaterais apresentados, o estimulante não está sendo mais utilizado para estes atletas. Mas, mesmo não sendo os primeiros a sofrerem com isso, ainda se avalia dentro do clube que vale a pena insistir com o produto, utilizado na maioria dos clubes da Série A.
“Tem outros atletas que dizem ‘eu preciso’. Estes não se sentem seguros sem ela [cafeína]”, argumenta Emed.
Entre os efeitos produzidos pela cafeína está o aumento do nível de atenção e a diminuição da sensação subjetiva de fadiga. O composto era proibido até 2004, quando a Wada (Agência Mundial Anti-Doping) decidiu liberá-lo até um certo limite. Ou seja, não é doping.
Entre aqueles que sofreram a indisposição, a falta de conhecimento sobre os produtos ingeridos é gritante.
Questionado sobre o que estava ocorrendo, Deivid falou sobre outro estimulante. “Eu acredito que seja a creatina. O Renan falou que também havia tomado remédios para dores musculares. Deve ser uma mistura. Como resultado aconteceu isso”, tentou explicar. Algumas semanas atrás, a creatina havia sido apontada como responsável pelo aumento de peso do meia Madson. Hipótese veementemente negada pelos médicos rubro-negros.
Fonte: Gazeta do povo 07/10/2011
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