segunda-feira, setembro 15, 2014

Modelo de correção do Enem avalia habilidade do aluno

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocorre nos dias oito e nove de novembro, e embora a importância do exame seja bem conhecida pelos estudantes, muitos se confundem quanto à forma como a nota é calculada. Quem quer tentar prever o próprio resultado precisa entender a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Aplicado pela primeira vez na prova do Enem em 2009, o sistema avalia o candidato não só pela a resposta assinalada em uma pergunta, mas a partir de seu desempenho no restante da prova e das características de cada item.
Como acompanhar sua nota
O gabarito das provas objetivas é divulgado na página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) até o terceiro dia útil após a realização das últimas provas, no sitehttp://portal.inep.gov.br/web/enem/enem. O resultado das provas individuais ainda não tem data para ser divulgado. Para acessar a pontuação, o candidato precisa informar o número da inscrição e senha ou CPF e senha.
A partir da divulgação, a nota fica disponível para consulta por dois anos. De acordo com o edital, os participantes poderão ver suas provas de redação, exclusivamente para fins pedagógicos, após divulgação do resultado.
Informe-se!
• O Enem acontece nos dias 8 e 9 de novembro.
• O exame inclui uma redação em língua portuguesa e quatro provas objetivas, com 45 questões de múltipla escolha cada. As áreas de conhecimento são Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação, e Matemática e suas Tecnologias.
• No dia 8, acontecem as provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias e de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, com duração de 4 horas e 30 minutos. No dia 9, serão realizadas as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e Matemática e suas Tecnologias, com duração de 5 horas e 30 minutos.
• Os portões dos locais de provas serão abertos às 12 horas e fechados às 13 horas. A recomendação é de que os candidatos cheguem até as 12 horas.
• Para realizar as provas, é obrigatória a apresentação de documento de identificação original com foto.
• Durante a realização do exame, é proibido portar lápis, caneta de material não transparente, lapiseira, borracha, livros, anotações, além de dispositivos eletrônicos, como máquinas calculadoras, telefones celulares, smartphones, tablets, pen drives, mp3 ou similar, gravadores, relógios, alarmes de qualquer espécie ou qualquer transmissor, gravador ou receptor de dados, imagens, vídeos e mensagens.
• O candidato só pode sair do local de realização da prova duas horas após o início. O edital completo está no portal do Inep:http://portal.inep.gov.br/web/enem/enem
As questões são classificadas em uma escala de dificuldade. A partir de um pré-teste do Enem, respondido previamente por um grupo de voluntários do ensino médio, o sistema avalia as perguntas de acordo com três parâmetros: complexidade, capacidade de discriminação e possibilidade de acerto ao acaso. Depois, as perguntas são selecionadas para o exame oficial de acordo com a classificação que recebem.
Assim, a TRI consegue avaliar a possibilidade de respostas aleatórias, os “chutes”, e a coerência das respostas na prova como um todo. “Se o estudante acerta as questões consideradas difíceis, deveria também ter acertado as mais fáceis. Se errou as fáceis e acertou as difíceis, não é uma prova consistente”, explica o diretor pedagógico do Sistema COC de Ensino, Zelci Clasen.
Uma das principais vantagens do modelo é possibilitar a elaboração de provas diferentes com o mesmo nível de complexidade. Comparada ao vestibular tradicional, que calcula a pontuação do candidato a partir da quantidade de acertos do candidato, a TRI se diferencia pelo caráter qualitativo. Dessa forma, dois estudantes que acertam o mesmo número de questões não estão necessariamente empatados. Além disso, a nota pode ser usada outras vezes, em processos seletivos diferentes.
O sistema pode parecer confuso, mas é confiável. “A teoria matemática que está por trás da TRI é muito consistente, estudada há quase um século e utilizada em outros países”, diz Clausen. No Brasil, a TRI foi aplicada em avaliações educacionais pela primeira vez com o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) em 1995.
Redação recebe no mínimo duas avaliações
A TRI não é aplicada na redação do Enem. Dois corretores são responsáveis por atribuir uma nota. Neste caso, são avaliadas cinco competências: o domínio da norma padrão da língua escrita; a capacidade de compreender a proposta e utilizar conceitos de várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema, de acordo com a estrutura do texto dissertativo-argumentativo; capacidade de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações para defender um ponto de vista; conhecimento dos mecanismos linguísticos para construir a argumentação; e elaborar uma proposta de solução para o problema apontado, com respeito aos valores humanos e à diversidade sociocultural.
Cada competência recebe uma nota de 0 a 200, totalizando mil pontos. Se houver discrepância igual ou maior a 100 pontos nas notas dos dois corretores, ou a diferença nas notas das competências for maior do que 80, há uma terceira correção. Caso não tenha discrepância entre o terceiro corretor e pelo menos um dos outros corretores, a nota final será a média aritmética entre as duas notas que mais se aproximarem. Se houver discrepância entre a terceira correção e as demais, a redação passa por uma nova banca, com três corretores.
O candidato pode receber nota zero na redação se o texto fugir do tema, ou tiver uma estrutura textual diferente do tipo dissertativo-argumentativo; se não houver texto escrito; se o texto tiver até sete linhas, independente do conteúdo; se o texto possuir impropérios, desenhos e demais formas de anulação propositais, se desrespeitar os direitos humanos e se apresentar uma parte desconectada do tema.
Como as instituições de ensino superior utilizam o Enem
Quem faz o Enem pode ingressar no ensino superior de diversas formas, e participar de programas do governo federal durante a graduação. As instituições podem utilizar a pontuação da prova como mecanismo exclusivo, alternativo ou complementar no processo seletivo.
Pode se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) o estudante que participou do Enem e tirou nota acima de zero na redação. São realizadas duas seleções por ano. A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) utiliza o Sisu para seleção de estudantes. Na Universidade Federal da Integração Latino Americana (Unila), o processo seletivo para candidatos brasileiros considera exclusivamente as notas do Enem. Neste ano, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), 30% das vagas serão preenchidas pelo Sisu.
Bonificação
Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a nota do Enem pode ser somada ao resultado das provas objetivas do vestibular, desde que o desempenho do estudante tenha sido de, no mínimo, 40% de acerto nas questões objetivas das provas do Enem.
Ciências sem Fronteiras
O projeto oferece bolsas de financiamento para intercâmbio de estudantes de instituições de ensino superior, e só pode se inscrever quem fez o Enem.
ProUni
O Programa Universidade para Todos (ProUni) oferece bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes em instituições privadas de ensino superior. Pode se inscrever quem fez o Enem a partir de 2010, com média nas notas da prova superior a 450 e nota superior a zero na redação. Quem se inscrever no Sisu também pode ser inscrever no ProUni. Porém, se for aprovado nas duas seleções, precisa escolher um dos programas.
Vagas remanescentes
A instituição de ensino pode selecionar candidatos para preencher vagas remanescentes do vestibular com a nota obtida no Enem. A Universidade do Centro-Oeste (UniCentro) e Universidade Estadual de Londrina (UEL) são alguns exemplos. Na UEL, pode participar da seleção o candidato que tenha pontuação igual ou superior a 400 na média aritmética das 5 notas das provas do Enem, incluindo a redação, sem ter tirado nota zero em nenhuma delas.
Fies
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é um programa do Ministério da Educação (MEC) que concede financiamento a estudantes que realizaram o Enem a partir de 2010, matriculados em curso superior presencial não gratuito, com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). http://sisfiesportal.mec.gov.br/
Vaga no exterior
Duas universidades portuguesas utilizam o Enem para a seleção de candidatos brasileiros: a Universidade de Coimbra e a Universidade da Beira Interior (UBI), em Covilhã.

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