quinta-feira, junho 14, 2012

Câmara perde a batalha e Pinheirão vai a leilão


A Câmara de Vereadores perdeu a queda de braço e o Pinheirão vai a leilão hoje, às 14 horas, devido a uma dívida de aproximadamente R$ 2,5 milhões da Federação Paranaense de Futebol (FPF) com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O valor do lance mínimo é de R$ 69 milhões e, em caso de falta de ofertas, um segundo pregão será feito no dia 28 pelo maior lance, exceto em valor vil (considerado muito abaixo do mercado).
A possível venda está envolta em uma polêmica que remonta a 1969, ano em que parte do terreno em que se situa o estádio – 64 mil dos 124 mil metros quadrados – foi doado pela prefeitura à FPF.
A Lei n.º 3.583, que fez a doação da área, previa que um estádio para 120 mil pessoas fosse levantado em até seis anos, sob pena de devolução do terreno. A demanda nunca foi cumprida – se não estivesse interditado, o Pinheirão confortaria até 35 mil torcedores.
Essa origem da área causou a tentativa de paralisar o leilão. A iniciativa veio da Câmara de Vereadores de Curitiba, por meio da Co­­mis­­são de Serviço Público, que acionou a Justiça para que o munícipio retomasse a posse do local.
“É o nosso entendimento desta cláusula específica. Esta área deve ser devolvida ao patrimônio público e não leiloada para construtoras”, disse o presidente da comissão, o vereador Jair Cezar (PSDB).
Acionada, a Promotoria de Justiça de Proteção ao Pa­­trimônio Público esbarrou em várias jurisprudências do caso. Uma delas, o recurso 56612/RS, de 1994, afirma que não há prescrição para o cancelamento da doação.
Outras duas, porém – 472733/DF, de 2007, e a 231945/SP, de 2006 –, afirmam que o prazo para a retomada prescreveu 20 anos depois da doação, isto é, em 29 de novembro de 1989. E é esta, a mais atual, a hipótese aceita pela promotoria.
“Sempre há transformação da interpreta­­ção. Não há possiblidade [de retomada do terreno], pois prescreveu. Quando podia, o poder público não correu atrás e agora é inviável reaver, pois pela jurisprudência aplicada não haverá legitimidade”, explicou a promotora Adriana Rabelo Camara.
Por outro lado, uma outra questão tende a entrar em pauta na Justiça. O contrato de doação previa que fosse registrada uma cláusula de inalienabilidade e de impenhorabilidade na área total quando da matrícula. Porém ela só foi feita em 1997, depois da primeira penhora, feita pelo Atlético.
“Não houve má fé de quem penhorou. Logo, está em investigação se houve danos ao poder público no não registro ou na falta de defesa nos processos que levaram às penhoras. Caso exista, iremos punir os responsáveis”, afirmou a promotora.
Procurado pela reportagem, o presidente da FPF, Hé­­­­lio Cury, não atendeu às ligações.

quarta-feira, junho 13, 2012

Sobreviventes de acidente que matou 15 seguem hospitalizados

Os dois sobreviventes do acidente que matou 15 pessoas na madrugada de terça-feira na BR-277, em Nova Laranjeiras, no Oeste, continuam internados no Hospital São Vicente de Paulo, em Guarapuava.
De acordo com informações do hospital, um adolescente de 15 anos permanece em estado grave na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Ele ainda corre risco de morte.
Ainda nesta quarta-feira (13) os médicos farão novas avaliações antes de decidirem se ele passará por um procedimento cirúrgico para corrigir fraturas em diferentes partes do corpo. 
O outro paciente, de 25 anos, está internado em um quarto do hospital, mas está fora de perigo.
A Polícia Civil em Laranjeiras do Sul informou que está em contato com o cacique da aldeia indígena Rio das Cobras e pretende fazer uma operação na área em busca de drogas. É que o caminhão envolvido no acidente transportava madeiras que escondiam tabletes de maconha. Parte da carga foi saqueada pelos índios, mas ainda restam madeiras na aldeia. A polícia suspeita que ainda existam drogas na aldeia. Após o acidente, os policias rodoviários encontraram meia tonelada de maconha.

terça-feira, junho 12, 2012

Homem é resgatado após três dias em jejum no Morro do Anhangava

Um homem foi resgatado na tarde desta segunda-feira (11) depois de ficar três dias no Morro do Anhangava, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. Segundo informações do GOST (Grupo de Operações de Socorro Tático), ele subiu o morro no sábado (8) e não conseguiu descer porque estava fraco.
Gilmar Vieira da Silva, 38 anos, queria fazer um retiro espiritual em jejum e, portanto, não levou comida. A ideia, segundo ele, era voltar apenas na terça-feira, mas começou a se sentir mal e pensou em descer no domingo. “Choveu muito no domingo e eu resolvi esperar até segunda”. Ele tentou descer na segunda-feira, mas se sentiu fraco e chamou o resgate. “Quando subimos eles dão um telefone para ligarmos em caso de emergência. Eu liguei e os bombeiros chegaram bem rápido”, declarou.
Gilmar ficou acampado em uma barraca. Ele também havia levado um saco de dormir, roupas, água, lanterna e celular. De acordo com o subtenente Alves, do GOST, duas pessoas que estavam no local o encontraram e aguardaram o resgate com ele.
Ele foi retirado da montanha de helicóptero e levado ao posto dos bombeiros mais próximo, em um centro de ensino de Piraquara, também na Região Metropolitana. “Ele estava bem debilitado por causa da falta de comida, mas não tinha nenhum ferimento”, afirmou o subtenente. Ele foi avaliado e alimentado e, quando se sentiu melhor, foi liberado.
Gilmar disse que nunca tinha subido o morro antes e que não teve nenhuma experiência parecida. “Era totalmente inexperiente, eu não aconselho ninguém a subir sozinho”, disse.
Fonte: Gazeta do povo 12/06/2012

segunda-feira, junho 11, 2012

Bolo de Santo Antônio já é vendido em paróquias de Curitiba

O bolo de Santo Antônio já está sendo vendido na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Perdões, na Praça Rui Barbosa, no Centro de Curitiba, e no Santuário Nossa Senhora do Carmo, no bairro Boqueirão, nesta segunda-feira (11). A comercialização do doce seguirá até quarta-feira (13), quando será comemorado o dia do santo considerado casamenteiro.
Pequenas medalhas de Santo Antônio foram colocadas nos doces e, de acordo com a tradição, quem encontrar um dos santinhos irá casar em breve ou então alcançará a graça desejada.
Na Paróquia Bom Jesus dos Perdões, aproximadamente 12 mil santinhos foram distribuídos nos 9 mil quilos de bolo produzidos (1,8 mil doces foram feitos para compor o grande bolo). O pedaço do bolo custa R$ 3.
O bolo do Santuário Nossa Senhora do Carmo tem aproximadamente 5 mil santinhos. O pedaço do doce é comercializado por R$ 3,50. A expectativa é de que 15 mil pedaços de bolo serão vendidos até quarta-feira.
Confira os horários de venda do bolo de Santo Antônio:
Paróquia Senhor Bom Jesus dos Perdões (Centro):
Segunda-feira (11): das 7 às 21 horas;
Terça-feira (12): das 7 às 21 horas;
Quarta-feira (13): das 7 às 21 horas;


Santuário Nossa Senhora do Carmo (Boqueirão):
Segunda-feira (11): das 9 às 18 horas;

Terça-feira (12): das 9 às 20 horas;

Quarta-feira (13): das 7 às 21 horas.

domingo, junho 10, 2012

Incêndio atinge fábrica de carvão no Boqueirão

Um incêndio atingiu a fábrica Diamante Comércio de Carvão no início da manhã deste domingo, no bairro Boqueirão, em Curitiba. As chamas queimaram cerca de 100 metros cúbicos de carvão, em uma área de 300 metros quadrados.
O incêndio já foi controlado pelo Corpo de Bombeiros, mas cinco equipes ainda permanecem no local para o trabalho de rescaldo.
Segundo a assessoria do Corpo de Bombeiros, ninguém ficou ferido e não há risco de as chamas se espalharem para prédios vizinhos. As causas do incêndio ainda não foram determinadas.

De acordo com o cabo Wozniacki, o trabalho de rescaldo deve durar o dia todo para evitar eventuais focos que poderiam realimentar o incêndio. “A situação é meio complicada e o serviço é minucioso, mas está tudo sob controle”, avalia.

sábado, junho 09, 2012

Paraná prega ‘comunhão’ com torcida

A pressão pela vitória promete ser uma constante na Vila Capanema hoje, no jogo entre Paraná e Guaratinguetá, às 16h20, pela Série B. Ainda sem vencer na competição, com dois empates e duas derrotas, o Tricolor sabe da necessidade da conquista dos três pontos em casa, diante de um adversário direto contra as últimas colocações – o time paulista, que esta semana apresentou Paulo Campos como treinador, ocupa a 17.ª posição, com três pontos.
Diante desse cenário, o discurso paranista enfatiza principalmente a necessidade de integração entre time e fãs. “O torcedor que entende o momento do clube, o trabalho que está sendo feito, vem apoiando. Conto com a torcida porque é um momento de ajuda, de apoio, esse time precisa disso para ter tranquilidade na busca pelo resultado”, destaca Ricardinho, que na última partida do clube na Vila, contra o Serrano, pela Série Prata, saiu de campo irritado com as vaias. “São quatro ou cinco pessoas que naquele momento não estavam ajudando. No todo, o torcedor do Paraná sempre apoiou e eu conto com isso”, justifica.
Na busca pela primeira vitória, a estrutura da equipe tricolor não deve ser alterada. Mesmo não confirmando os titulares, Ricardinho adiantou que não fará mudanças radicais no time. “É momento de darmos credibilidade. Se todo jogo que houver uma falha ou que a equipe não jogar bem nós mudarmos os jogadores, nunca teremos uma equipe”, explica. Os desfalques são o atacante Nílson e o lateral Paulo Henrique, em tratamento no departamento médico.
Apesar da obrigação da vitória, o treinador reforça a necessidade de ter tranquilidade. “Não podemos estar ansiosos. Por isso temos jogadores experientes para tranquilizar e dar condições da equipe trabalhar a bola”, diz. “Mas sabemos que precisamos dar uma resposta com os resultados, precisamos vencer. Não adianta jogar bem e não vencer. E também não pode jogar tão mal como contra o Goiás”, completou.
Entre os jogadores, a obrigação da vitória também é perceptível. “Uma equipe que tem o objetivo do acesso, não pode mais adiar essa vitória e a conquista dos pontos que são muito importantes”, avisou o meia Douglas Packer.
Lance a lance: Paraná x Guaratinguetá, às 16h20, aqui no site da Gazeta do Povo.
Fonte: Gazeta do Povo 09/06/2012

sexta-feira, junho 08, 2012

Receita abre consulta ao maior lote de restituição do IR da história

Cerca de 1,8 milhão de contribuintes saberão hoje (8) se estão incluídos no maior lote de restituição do Imposto de Renda da história. A relação dos beneficiados estará disponível a partir das 9 horas na página da Receita Federal na internet, mas o dinheiro só será liberado no próximo dia 15.
Ao todo, foram contemplados 1.885.624 contribuintes – 1.844.621 que declararam o Imposto de Renda em 2012, além de 40.643 que declararam de 2008 a 2011 e haviam caído na malha fina. Ao todo, a Receita desembolsará R$ 2,5 bilhões – R$ 2,4 bilhões do Imposto de Renda deste ano e R$ 98 milhões referentes aos outros anos.
As restituições do exercício de 2012 terão correção de 1,74%, referente à variação da taxa Selic (juros básicos da economia) de maio a junho deste ano. Para os lotes residuais, a correção corresponderá a 12,49% (2011), 22,64% (2010), 31,10% (2009) e 43,17% (2008). Os percentuais também são equivalentes à variação acumulada dos juros básicos calculada de maio de cada ano até junho de 2012.Se for levada em conta apenas a restituição do ano corrente, este é o segundo maior lote da história, perdendo somente para outubro do ano passado. Na ocasião, a Receita havia liberado R$ 2,44 bilhões para contribuintes que haviam declarado em 2011.
Por causa do Estatuto do Idoso, os contribuintes com mais de 60 anos tiveram prioridade no primeiro lote de 2012. Do total de beneficiados, 1.467.209 contribuintes estão nessa categoria e receberão R$ 1,828 bilhão.
Além da página da Receita na internet, a consulta poderá ser feita por meio do Receitafone, no número 146. Caso o valor não seja creditado, o contribuinte deverá ir a qualquer agência do Banco do Brasil ou poderá ainda ligar para os telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (deficientes auditivos). Nesse caso, será possível agendar o crédito em qualquer banco, desde que a conta-corrente ou poupança esteja em nome do próprio contribuinte.
Pela primeira vez, a Receita oferece a consulta à restituição por meio de smartphones e tablets. Os aplicativos podem ser baixados de graça nas lojas dos sistemas iOS (da Apple) e Android. A ferramenta também permite verificar a situação do CPF e traz respostas a perguntas sobre o pagamento do Imposto de Renda.

quarta-feira, junho 06, 2012

Os inelegíveis do Paraná

O Tribunal de Contas do Paraná (TCE) divulgou no final da tarde desta terça-feira (5), a lista de 1.098 políticos paranaenses que estão inelegíveis para as eleições de 7 de outubro de 2012.

Detalhe: na lista aparecem tanto políticos vivos como aqueles que já passaram desta para uma melhor.

Clique no link abaixo a consulte "seu" candidato
http://www.tce.pr.gov.br/servicos

Super proteção é perigoso!

Quando Carlinhos era pequeno, queria brincar com bonecas e seus pais fizeram ele desistir pois era coisa de viado...
Aos 10 anos Carlinhos gostava de ajudar a mamãe na cozinha e seu pai o arrastava para a oficina, pois isto era coisa de viado...
Aos 12 anos Carlinhos queria ser bailarino e seus pais o desencorajaram, porque era coisa de viado...
Na adolescência ele quis ser cabeleireiro, mas seus pais não deixaram porque era coisa de viado...
Finalmente aos 20 anos, resolveu ser estilista, e novamente seus pais não permitiram porque era coisa de viado...
Agora Carlinhos cresceu, é viado e não sabe fazer porra nenhuma.
 

Thomas, o gatão 

Ricardinho viu Paraná "sem essência" na derrota para o Goiás

"Sem essência". Essa foi a definição usada pelo técnico Ricardinho para justificar a derrota fora de casa do Paraná por 2 a 0 para o Goiás, nesta terça-feira (5). O Tricolor, que segue sem vencer na Série B nacional, não se encontrou em campo e não ofereceu resistência aos contra-ataques do time goiano.
"Quando você não tem a essência do futebol, que é o passe, e não consegue trocar três toques seguidos, está comprometido", avaliou o treinador. Segundo a análise dele, o time foi espectador do Goiás no primeiro tempo por não conseguir nem chegar com perigo ao ataque e nem marcar os contra-golpes do adversário. "Desde quando assumi, com certeza foi o pior primeiro tempo", cravou.

"Não adianta a gente ficar pedindo paciência ao torcedor, ele quer ver o seu time ganhar. Nossa ralidade é essa", lamentou o técnico, ao negar que o time tenha entrado nervoso para enfrentar o Esmeraldino. "Hoje não jogamos nada. Parecia que tínhamos medo do adversário."As explicações do técnico, porém, não podem, segundo ele próprio, serem confundidas com desculpas. A disputa paralela da Segunda Divisão do Paranaense exige acima do normal o preparo físico dos jogadores. Nada que sirva para justificar os resultados negativos, de acordo com Ricardinho.
O pouco aproveitamento no campeonato até agora — foram apenas dois pontos conquistados em 12 disputados —, alerta Ricardinho para a necessidade de reforços. "Estamos conversando internamente. O Paraná precisa de melhores resultados", sentenciou. 

terça-feira, junho 05, 2012

Operação contra tráfico de drogas prende 22 pessoas em Curitiba e região

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Paraná(Gaeco), com o apoio da Polícia Militar, cumpriu 22 mandados de prisão e 18 mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira, em Curitiba e região metropolitana.
A operação, que começou por volta das 5 horas da manhã, contou com a participação de cerca de 120 policiais militares.
O objetivo da operação, batizada de Karst (em referência ao Aquífero Karst, de Almirante Tamandaré), é desarticular aproximadamente sete quadrilhas de traficantes de drogas com atuação em Curitiba e Região Metropolitana e ramificações no sistema prisional do estado.
As prisões foram deferidas pelo Juízo da Vara Criminal de Almirante Tamandaré e são resultado de cerca de cinco meses de investigações do Gaeco, em conjunto com a Promotoria de Justiça de Almirante Tamandaré.
Os mandados foram cumpridos em Curitiba, Almirante Tamandaré, Colombo, Pinhais, São José dos Pinhais e Araucária.
No curso das investigações, três pessoas já tinham sido presas em flagrante delito pela equipe do Gaeco de Curitiba. Os detidos estavam com cerca de 20 quilos de maconha e 3 quilos de crack. Também foi desativado um laboratório destinado a preparar as drogas para a venda ao usuário.
Além do tráfico de drogas, o Gaeco constatou ainda que alguns dos investigados estão envolvidos em homicídios nos municípios de Almirante Tamandaré e Curitiba.
Uma coletiva de imprensa, com o resultado da operação está marcada para às 14h30, na sede do Gaeco.

segunda-feira, junho 04, 2012

Duas síladas


Aconteceu na rádio TUPI FM 104,1 em São Paulo : 
Locutor:- Quem fala?   
Ouvinte:- É o Vicente. 


Locutor:- De onde, Vicente?  
Ouvinte:- Da Lapa! 

Locutor:- Olha aí, Vicente da Lapa! Valendo o kit 
com camiseta e CD  do Edson e Hudson. Presta atenção! Qual é o país que tem duas sílabas  e se pode comer uma delas?  
Prestou bem atenção? Há um país com 2 sílabas e 1 delas é muito boa para se comer. Dez segundos para  responder. 
  

Ouvinte:- CUBA!!!  
Locutor:(mudo por alguns segundos e algumas risadas no fundo)  
- Ta certo, senhor Vicente! Vai levar o prêmio pela criatividade. Mas aqui na minha ficha a resposta certa era JAPÃO.
Thomas, o gatão 

Presos são esquecidos em unidades médicas


Um homem com problemas mentais, que não cometeu nenhum crime, está há mais de 30 anos preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Em 1981, Francisco Celestino, então com 23 anos, foi detido sob a acusação de furto. Ele foi considerado inocente, mas, ainda assim, na época, o juiz determinou sua internação no manicômio judiciário por entender que Celestino representava um “perigo para a comunidade”.
Do complexo, Celestino saiu apenas uma vez, em 2002. Passou por dois hospitais psiquiátricos e, em 2005, foi acusado de ter agredido outro paciente. Acabou voltando para o Complexo Médico, onde permanece até hoje. Considerado um paciente “tranquilo e pacato”, ele perdeu todo contato com a família.
“Ele nunca deveria estar preso. Não cometeu crime nenhum. Já naquela época deveria ficar junto com a família, recebendo acompanhamento médico, ou numa clínica. Algum lugar onde pudesse receber atendimento, sem perder o vínculo com a sociedade”, diz o juiz Eduardo Lino Bueno Fagundes Junior, da Vara de Execuções Penais (VEP) de Curitiba.
Celestino é um entre 108 detentos do complexo que não tinham mais de estar presos. Desde o começo de maio, eles estão tendo a situação regularizada por meio de um mutirão organizado pela VEP, com o apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “São pessoas que cometeram pequenos furtos, roubaram um chocolate, pegaram uma blusa, gritaram na rua e foram presas por desacato. Elas foram esquecidas ali e encarceradas”, diz Fagundes Junior.
Contra a legislação
Esse esquecimento é justamente o oposto do que prega a legislação atual. O Código Penal prevê que pessoas com problemas mentais que tenham cometido delitos devem ser submetidas a tratamento ambulatorial ou internados, em caso de crimes graves. Depois do terceiro ano de reclusão, elas precisam ser reavaliadas por médicos anualmente.
O juiz lembra que, além do esquecimento, a detenção no complexo mistura pacientes que não oferecem riscos com detentos donos de um histórico maior de agressividade. No Complexo de Pinhais, por exemplo, está preso Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, que matou o cartunista Glauco e seu filho Raoni, em São Paulo, e chegou a disparar contra policiais na fuga.
Dos 108 pacientes que deveriam estar livres, 46 foram entregues às famílias e 12 encaminhados para instituições terapêuticas. O restante, sem laços familiares, aguarda acolhimento pela Secretaria de Estado da Saúde.
O CNJ pretende intensificar a fiscalização em manicômios judiciais de todo Brasil. Dados do Ministério da Justiça indicam 3,2 mil detentos em regime de internação. Não são números seguros, já que os estados não sabem quem e quantos são os detentos nessa situação. Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) finalizam um censo de estabelecimentos como o Complexo de Pinhais. O estudo, em parceria com o Ministério da Justiça, alertará para o problema.
Por enquanto, sabe-se que a situação encontrada na Grande Curitiba não é única. Em mutirão do CNJ em 2011, no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Salvador, por exemplo, foi revelado que 88 dos 156 internos aguardavam laudo de insanidade mental, condição para a internação e que deveria ser expedido em até 135 dias.

domingo, junho 03, 2012

Professor: ainda o pior salário

O salário dos professores da educação básica no Brasil registrou, na década passada, ganhos acima da média dos demais profissionais com nível superior, fazendo encurtar a distância entre esses dois grupos. Esse avanço, no entanto, foi insuficiente para mudar um quadro que tem trágicas consequências para a qualidade do ensino: o magistério segue sendo a carreira universitária de pior remuneração no país.
Tabulações feitas pelo jornal O Globo nos microdados do Censo do IBGE mostram que a renda média de um professor do ensino fundamental equivalia, em 2000, a 49% do que ganhavam os demais trabalhadores também com nível superior. Dez anos depois, esta relação aumentou para 59%. Entre professores do ensino médio, a variação foi de 60% para 72%.
Apesar do avanço, o censo revela que as carreiras que levam ao magistério seguem sendo as de pior desempenho. Entre as áreas do ensino superior com ao menos 50 mil formados na população, os menores rendimentos foram verificados entre brasileiros que vieram de cursos relacionados a ciências da Educação - principalmente Pedagogia e formação de professor para os anos iniciais da educação básica.
Em seguida, entre as piores remunerações, aparecem cursos da área de religião e, novamente, uma carreira de magistério: formação de professores com especialização em matérias específicas, onde estão agrupadas licenciaturas em áreas de disciplinas do ensino médio, como Língua Portuguesa, Matemática, História e Biologia.
O achatamento salarial do magistério traz sérios prejuízos a longo prazo. Esta tese é comprovada por um relatório feito pela consultoria McKinsey, em 2007, que teve grande repercussão internacional ao destacar que uma característica dos países de melhor desempenho educacional do mundo - Finlândia, Canadá, Coreia do Sul, Japão e Singapura - era o alto poder de atração dos melhores alunos para o magistério.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, concorda com o diagnóstico da baixa atratividade da profissão. Ele afirma que a carreira de professor, salvo exceções, acaba atraindo quem não tem nota para ingressar em outra faculdade. Para Roberto Leão, salário é fundamental, mas não o suficiente para melhorar a qualidade do ensino. “Sem salário, não há a menor possibilidade de qualidade. Agora, claro que é preciso mais do que isso: carreira, formação e gestão”, diz. (O GLOBO)

Colaboração:Professora Francis Madlener

Reclassificação dá ânimo a jovens para retomar os estudos

Um grupo de 151 estudantes tem se destacado entre os 1,3 mil alunos do Colégio Estadual Luiz Carlos, no Umbará, em Curitiba. Setenta deles lotam duas turmas de ensino médio que acompanham os mesmos conteúdos e têm os mesmos professores que as outras classes de mesmo nível, no entanto, os alunos se mostram mais produtivos e dedicados aos estudos. Um detalhe: todos passaram pela reclassificação, ou seja, estavam com atraso de dois ou mais anos na escola e tiveram a chance de voltar à série adequada para sua idade.
Até chegar a esse ponto, o processo não foi simples e nem significou o fim dos desafios. O colégio foi um dos primeiros a aderir à sugestão da Secretaria de Estado da Educação (Seed) de promover o Plano Personalizado de Atendimento (PPA), que tem a intenção de corrigir a distorção entre idade e série nas escolas estaduais. Apesar de ter sido lançado em maio, o programa já havia sido anunciado aos colégios na metade de 2011. Dezoito instituições saíram na frente e iniciaram a reclassificação de seus alunos de forma autônoma.
Mais confiante e aplicado
Ele era mais alto que os outros colegas de classe e a timidez não ajudava a enfrentar as piadinhas sobre as dificuldades que tinha em passar de ano. Dentro do Colégio Estadual Luiz Carlos, Marco (foto), 14 anos, é considerado um bom exemplo de estudante que passa pela reclassificação. Depois de ter estudado durante um mês no contraturno, Marco fez uma prova, foi aprovado e passou do 6º para o 8º ano. Ele acompanhou a turma e neste ano está no 9º ano. “Mudou para melhor, antes era muito difícil. Eu era mais velho e tiravam sarro por eu não passar de ano”, conta o garoto. O maior apoiador de Marco foi seu pai, o autônomo Valdemir Rodrigues Marquini (foto). Verificar se o filho está cumprindo as obrigações escolares, cobrar boas notas e ir frequentemente até o colégio para ver como Marco está se saindo são práticas comuns de Valdemir. “Acho muito importante essa oportunidade que ele teve. Estou orgulhoso, pois ele está aproveitando a chance, se esforçando, estudando mais se tira nota mais alta. Percebo que ele está mais confiante”, conta. Apesar de ainda não ter definido que carreira seguir, Marco conta que vai prestar o vestibular. A preferência é pela área da computação. (AC)
Continuidade
É preciso dar condição de trabalho a professor e pensar no estudante
Embora o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) possibilite o avanço de alunos que estejam atrasados com os estudos, é com o Plano Personalizado de Atendimento (PPA) que o governo estadual pretende organizar esse processo. A superintendente da Educação, Meroujy Giacomassi Cavet, conta que foi identificado um grande número de alunos fora de sua faixa etária escolar no Paraná.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), no Paraná, 14,8% dos alunos do ensino fundamental e 23,9% do ensino médio estavam fora de suas séries em 2010. O total chegava a 26,5% entre alunos do ensino médio da rede estadual.
“Este é um plano personalizado de atendimento que leva em conta a situação de cada aluno, se ele reprovou por falta ou por motivo de doença, por exemplo. Não é um programa massificado e nem foi feito para empurrar o aluno porque queremos o sucesso dele. A nossa proposta é de até o fim desta gestão conseguir atender ao menos 100 mil alunos pelo PPA”, afirma Meroujy.
Mais que estatísticas
Para a pedagoga e mestre em Educação Ermelina Generosa Thomacheski, professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, programas que visam corrigir a distorção entre série e idade são muito positivos, pois resgatam a autoestima do aluno e podem oferecer atendimento personalizado, que leva em conta o motivo do aluno estar atrasado, lutando contra a desistência dele em relação à escola.
“É importante que a política educacional não pense só em resgatar números ou ter estatística. Deve oferecer apoio individualizado ao aluno e condições de trabalho para os professores. O docente não pode ficar sobrecarregado ou ter turmas muito numerosas, por exemplo”, diz. (AC)
Uma série de critérios deve ser observada antes de um aluno “saltar” etapas. Para ser aceito no processo, o jovem deve passar em um teste compatível com a série na qual deveria estar. Além disso, ele deve estar comprometido com os estudos, já que deverá se esforçar para tentar compensar o conteúdo que havia deixado de receber de forma regular. A participação da família, apoiando os estudos em casa e assinando um termo de compromisso, também é essencial no processo.
Qualquer escola estadual pode aderir ao PPA. A instituição deve identificar quantos alunos estão atrasados nos estudos, elaborar material didático e um cronograma de aulas preparatórias fora do horário normal das aulas, além de desenvolver e aplicar as provas. O estudante deve atestar que domina o conteúdo que condiz com sua idade. “Nós sugerimos o encaminhamento, damos a diretriz, mas a escola determina como se dá o encaminhamento real”, afirma a diretora de Políticas e Programas Educacionais da Seed, Fernanda Scaciota.
Demanda
Entre os 151 alunos reclassificados no Colégio Luiz Carlos, aqueles que não foram colocados em turmas próprias acabaram inseridos em classes já existentes, conforme a idade de cada um. E nem todos os interessados – a demanda total foi de 240 jovens – tiveram a chance de “pular” etapas. “Fizemos um conselho de classe e reunimos todos os professores da escola. Todos aceitaram participar do programa e apontaram quais seriam os alunos candidatos à reclassificação, os que teriam condições de acompanhar a nova série”, conta a diretora Jane Warcherski.
A organização do conteúdo e do horário das aulas foi a parte mais desafiadora. A solução encontrada pelo colégio foi contar com o esforço extra dos professores. Por iniciativa própria, eles sacrificaram algumas horas-atividades para promover os aulões especiais, uma preparação para os alunos candidatos à reclassificação.
Apoio deve ser contínuo
Entre os principais fatores que levam à evasão escolar estão a dificuldade em acompanhar o conteúdo das séries e a repetência. O aluno que é retido uma, duas ou três vezes tem dificuldades para se integrar aos colegas – mais novos, mais baixos, menos maduros e com outros interesses. Além disso, é comum o jovem ter a sua autoestima afetada pelo fracasso e a sensação de ser incapaz de aprender.
Entretanto, quando participa de uma reclassificação de série, o estranhamento também é comum. “Os alunos chegam à nova sala se sentindo peixes fora d’água. No início, eles mesmos diziam que eram da ‘turma dos burros’. Percebemos que era preciso atendê-los de outra forma, mesmo porque eles também eram imaturos, pois tinham ficado anos com alunos mais novos”, conta a pedagoga Ticiana Matsushita, do Colégio Estadual Luiz Carlos, que já adotou o sistema de reclassificação.
O acompanhamento e o apoio contínuos são importantes para que o aluno supere o período de adaptação e passe a se dedicar como os outros colegas da mesma idade. “Se um aluno passa do 6.º para o 9.º ano, nós não queremos que ele pare aí. Queremos que ele tenha condições de passar pelo ensino médio. Para isso deve ter apoio da escola, dos professores, dos pais, para que ele se fortaleça cada vez mais”, afirma a superintendente da Educação, Meroujy Giacomassi Cavet.
Até agora, o resultado do esforço conjunto entre escola, professores e pais tem valido a pena no Colégio Luiz Carlos. “A alegria desses jovens quando souberam que tinham passado na prova foi algo inesquecível. Havia um aluno que nunca falava nada, nem sorria. Ele havia repetido três vezes de ano e andava sempre cabisbaixo. Quando descobriu que ia ser reclassificado eu até descobri que ele usava aparelho. O sorriso ia de orelha a orelha”, relata a diretora Jane Warcheski.
Preocupação
Uma das preocupações que podem vir à tona em um programa de reclassificação tem relação com a real capacidade do estudante de absorver, em pouco tempo, um conteúdo que os colegas tiveram em dois ou mais anos de estudo regular. No entanto, a mestre em Educação Ermelina Generosa Thomacheski lembra que, mesmo quando o aluno está retido em alguma série, ele continua em crescimento e aprendendo. “Ele não avançou na série, mas muitas vezes consegue aprender mais rapidamente esse conteúdo que já viu. A gente aprende não só na escola, mas na vida e em outras situações. Estamos acostumados com a organização de um currículo linear, mas, atualmente, sabemos que o conhecimento está disponível em várias fontes.”

sexta-feira, junho 01, 2012

Desapropriações no entorno da Arena preocupam o TC-PR

Em cima do prazo final, na tarde de ontem, o Tribunal de Contas do Estado do Pa­­raná (TC-PR) recebeu do Atlé­­tico, com a prefeitura de Curi­­­­­­tiba e o governo do estado como signatários, o termo aditivo da Copa do Mundo de 2014. Tão logo os documentos chegaram, o órgão indicou a preocupação com as desapropriações dos terrenos vizinhos à Arena da Bai­­xada – 12 áreas serão incorporadas ao complexo rubro-negro. O órgão questionou também o atraso nas licitações da obra.
O tribunal dará seu parecer final hoje e poderá, no caso de achar explicações suficientes, liberar a transferência de dinheiro público pa­­ra a conclusão do estádio. O repasse de verbas foi suspenso em abril a pedido do TC-PR, que alegou falta de transparência na condução do projeto.
Os novos documentos tiveram de ser apresentados também porque foi necessário fazer um aditivo de R$ 33 milhões na reforma da praça de esportes. Aumento que pode não ser o único. Con­­forme adiantou a Gazeta do Povo, os responsáveis têm a prerrogativa de, na prática, ampliar indefinidamente o aporte de dinheiro público na conclusão do estádio.Em nota encaminhada ontem, o órgão questiona se as desapropriações terão uso público após a disputa do Mundial e se haverá a contrapartida do clube ao poder público. “Estamos analisando os vários pontos e procedimentos. Verificando não só as desapropriações no entorno da Arena da Baixada como também de outras obras, como a ampliação do Aeroporto Afonso Pena”, explicou o presidente do TC-PR, Fernando Guimarães.
Além disso, o TC-PR pede providência em relação às várias obras do pacote Copa 2014 que sofreram mudança de cronogramas. O documento, que engloba todos os envolvidos na matriz de responsabilidade, cita que, das 15 intervenções, 10 ainda não tiveram as contratações definidas.
“Há um novo cronograma e também há o aumento do preço do estádio. Temos duas alternativas: se o convênio assim for aprovado, o dinheiro será liberado. Se não for cumprido, anunciaremos novas medidas a serem tomadas”, disse Guimarães.
“A obra do estádio ainda não recebeu dinheiro públi­co, mas no momento em que chegar o primeiro centavo passaremos a ter legitimidade para acompanhá-la de perto”, emendou o presidente do TC-PR, que volta a se pronunciar hoje sobre o fu­­turo da casa do evento da Fifa em Curitiba.