quarta-feira, agosto 27, 2014

Atraente e cinquentona

Durante anos, uma Kombi 1966 com as cores branca e laranja desfilou pelas ruas de São Bento do Sul, em Santa Catarina, enfeitada com flores e repleta de barris de chopp em seu interior. O carro era um dos símbolos de uma festa alemã típica da cidade, até que o antigo proprietário precisou vendê-la. A partir dali começava a história do empresário Thiago Andrade, 33 anos, de Curitiba, com a sua nova paixão.
Curiosidades
Veja alguns fatos importantes da história do veículo
O primeiro esboço da Kombi surgiu no fim da década de 1940, das mãos do holandês Ben Pon. Inicialmente com base no chassi do Fusca, o carro começou a ser fabricado na Alemanha em 1950.
No Brasil foi montada de 1957 a 2013, ultrapassando a marca de 1,5 milhão de unidades produzidas. Até 1984 foi equipada apenas com motores refrigerados a ar. O bloco flexível veio em 2005.
Por aqui, o modelo ganhou duas reestilizações: em 1976 e outra em 1997. De 1967 a 2000, a marca produziu a versão picape, que possuía também uma configuração com cabine dupla.
O projeto da Kombi fabricado no país era baseado no alemão T2, que foi aposentado ainda na década de 1970. Na Europa, a versão atual do furgão da VW é a T5, conhecida como Transporter.
Opinião
Ainda não há substituta para a Kombi no Brasil
A procura pela Kombi Last Edition foi grande, desde colecionadores até empresários que utilizam o veículo como furgão ou para o transporte de pessoas. Com o fim da produção do carro em 2013, a Saveiro passou a ser usada para algumas dessas finalidades, principalmente como furgão, com a colocação de um baú na caçamba. Mas hoje em dia, a Volkswagen não possui nenhum produto para substituir a Kombi, tanto pelo custo quanto pela versatilidade. E eu também não vejo substitutos de outras marcas com as mesmas características da Kombi. Ela estava em um nicho em que não havia concorrentes.
Fernando Camargo, gerente geral de vendas da Copava
Serviço
Dia Nacional Kombi
Data: 31 de agosto.
Local: Copava Seminovos.
Rua dos Funcionários, 1.000. Bairro Cabral, Curitiba.
Horário: 9h às 17h.
Entrada: Gratuita.
Fã da van multiuso da Volkswagen, a admiração dele pelo modelo é antiga. Mas Thiago não é o único. Neste domingo (31), a partir das 8h30, centenas de entusiastas do veículo se reunirão em Curitiba para comemorar o Dia Nacional da Kombi, que completa 57 anos de fabricação no país. O encontro, que acontece no pátio da Copava, concessionário VW na capital paranaense, receberá mais de 120 modelos de todo o estado, além de Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, e até da Argentina e Paraguai. No local haverá a já tradicional formação de um mosaico gigante, nesta edição com o desenho da bandeira do Brasil em alusão à Copa do Mundo, além da exposição de modelos antigos e um mercado de pulgas para o comércio de peças.
Apesar de ter o seu fim decretado em 2013, quando deixou de ser fabricada no Brasil pela obrigatoriedade de airbags e freios ABS, a Kombi já era há anos um mito do universo automotivo. Para o presidente do Kombi Clube Curitiba (KCC) e um dos organizadores do evento, Marco Rebuli, a razão para isso está na onipresença do modelo em diferentes esferas. “A Kombi ajudou a reconstruir a Alemanha depois da 2ª Guerra Mundial e passou a fazer parte do dia a dia da população. Um pouco mais para frente, ela deixou de ser um veículo de trabalho para também levar pessoas, tornando-se o carro de veraneio da família”, conta ele. Na década de 1960, a van foi adotada pelos hippies e surfistas, que a revestiram com uma aura de liberdade e deram a ela ainda mais versatilidade.
Thiago Andrade lembra de ter o seu primeiro contato com uma Kombi quando ainda era criança, ao ver o pai usá-la para o trabalho. Há dois anos, ele decidiu adquirir a vedete da festa alemã catarinense. Atualmente, o seu xodó está passando por uma reforma para ficar o mais original possível. “Estou fazendo o estofamento e trocando as rodas”, diz. “Enquanto não terminar as reformas, não vou ficar rodando por aí. Mas antes eu pretendo dar uma modernizada na suspensão, para deixá-la mais segura para viagens curtas.”
Valorização
Rebuli afirma que o anúncio da ‘morte’ da Kombi atraiu uma nova leva de colecionadores. Segundo ele, em um ano e meio o clube quase dobrou o número de associados, que subiu dos 478 para os 882. Além disso, ele observa que houve um crescimento de proprietários mais jovens, assim como a valorização do utilitário no mercado. O presidente do KCC calcula que os modelos da década de 1950 custam hoje entre R$ 35 mil e R$ 40 mil. Já as dos anos 1960 estão acima dos R$ 25 mil, enquanto que as de 1970 ficam na faixa de R$ 20 mil.
A Kombi Last Edition, a última a ser fabricada no país, foi limitada a 1,2 mil unidades, com preço de tabela de R$ 85 mil. Salgado, mas aquém do seu valor emocional.

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