segunda-feira, abril 16, 2012

PT de Curitiba afasta nome próprio e vota por apoiar PDT, de Fruet

Curitiba - Os filiados do PT de Curitiba decidiram, em eleição neste domingo, não lançar candidatura própria e coligar com o PDT, do ex-deputado federal Gustavo Fruet, na disputa pela prefeitura da capital paranaense. Foram eleitos 300 delegados, que definirão a política de alianças do partido em encontro marcado para os dias 27 e 28 de abril, mas o êxito da chapa 1 ("Uma aliança para mudar Curitiba com você"), com 57% dos votos, indica o caminho da legenda para o pleito. A chapa 1 teve 1.084 votos, contra 817 da chapa 2 ("Candidatura própria já"). No encontro do partido, a chapa 1 indicará 171 delegados, contra 129 da chapa 2.

As duas teses foram amplamente debatidas nos últimos meses. Enquanto o campo majoritário do partido sempre defendeu a aliança, com seus principais nomes - os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das Comunicações, Paulo Bernardo, e os vereadores Pedro Paulo e Jonny Stica - se envolvendo no processo, a candidatura própria era defendida por correntes que defendiam os nomes do deputado federal Dr. Rosinha e do deputado estadual Tadeu Veneri para o pleito. Embora nas últimas semanas o debate tenha esquentado a ponto de haver trocas de acusações públicas, neste domingo a votação foi tranquila.

A tese da coligação começou a ser debatida pelo PT ainda no ano passado, quando Fruet ainda era filiado ao PSDB. Sem espaço no partido anterior para disputar a eleição municipal, pelo fato de o governador Beto Richa (PSDB) e a cúpula do PSDB do Paraná estarem envolvidos com a reeleição do prefeito Luciano Ducci (PSB), Fruet anunciou sua saída do partido em julho de 2011 e, desde então, passou a negociar o ingresso em um partido da base da presidente Dilma Rousseff (PT). As conversas se intensificaram com a filiação ao PDT, do ex-senador Osmar Dias, candidato ao governo aprovado pelo PT em 2010.

A saída de Fruet (líder nas pesquisas de intenção de voto desde 2010) do PSDB abriu para o PT a possibilidade de apoiar uma candidatura capaz de derrotar o grupo político comandado pelo governador Beto Richa, que governa Curitiba desde 1988, com Jaime Lerner. Sem um nome forte de oposição para isso, na visão do campo majoritário do PT, o nome foi buscado no adversário.

"A candidatura própria a qualquer preço era importante em um momento em que o PT precisava mostrar a que veio: suas ideias, seus projetos. Era uma estratégia de crescimento partidário. Hoje estamos no governo e já mostramos tudo isso. Agora é preciso ter maturidade e entender que o nosso projeto conta com os partidos aliados, entre eles o PDT", disse Gleisi Hoffmann.

Paulo Bernardo disse que conversou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última semana, depois da divulgação de uma pesquisa que o apontou como pessoa mais influente nas eleições em Curitiba. "Ele disse que, se prevalecer a tese da aliança, vai querer conversar com o Gustavo. E eu já avisei o Gustavo disso." O encontro entre os dois deve acontecer em Curitiba na próxima quinta-feira.

Fonte: http://www.jb.com.br 15/04/2012

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