sexta-feira, fevereiro 07, 2014

Projeto “Mãos Amigas” leva dignidade e trabalho a detentos na manutenção de Colégios Estaduais

Parceria entre secretarias da Educação (SEED) e Justiça (SEJU) já beneficiou mais de 40 colégios e vem mudando positivamente o destino de presos do regime semiaberto Por Dennis Migliorini Reintegrar o detento na sociedade oferecendo-lhe trabalho, dignidade e possibilidade de ressocialização. Esse é o intuito do projeto “Mãos Amigas” que nasceu pela parceria entre a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU) e a Secretaria de Estado da Educação (SEED) com a interveniência do Serviço Social Autônomo do ParanáEducação – órgão que norteia as ações do projeto. O “Mãos Amigas” trata da utilização de apenados do Departamento Penitenciário do Paraná (DEPEN) para execução de serviços de manutenção e conservação de unidades escolares, conferindo-lhes oportunidade de participação ativa junto à sociedade e realizado desde o ano passado, já vem trazendo os primeiros resultados. O antes e depois da pintura e reforma realizada no Colégio Estadual Barão do Rio Branco, no centro de Curitiba – Foto: SUDE / SEED Os detentos que participam no projeto são aqueles já com direito a regime semiaberto da Penitenciária de Piraquara e estão trabalhando na pintura, jardinagem e demais serviços de manutenção de diversos colégios de Curitiba e Região Metropolitana. Devidamente uniformizados e munidos de ferramentas e itens de segurança para as atividades, os detentos recebem de benefícios 70% do salário mínimo e a cada três dias de trabalho, se diminui um dia a menos da pena. São duas equipes de trabalho, cada uma com oito apenados – ou seja, 16 pessoas trabalhando. O antes e depois no Colégio Estadual Paula Gomes, no bairro Santa Quitéria onde além da pintura foi feito o trabalho de roçada – Foto: SUDE / SEED Já foram mais de 40 colégios beneficiados localizados na capital e Região Metropolitana. Devido os preparativos para o início do ano letivo de 2014, destacam-se como exemplos recentes os serviços de manutenção realizados nos colégios estaduais Paula Gomes (bairro Santa Quitéria) e Barão do Rio Branco (Centro), onde desde janeiro os detentos fizeram a pintura de toda a parte externa, dos muros e também dos últimos arremates estruturais para professores e diretores receberem os alunos a partir do próximo dia 10 de fevereiro. “Essa iniciativa, além de ressocializar e ajudar também no caráter financeiro, faz o detento sentir-se útil. Esse trabalho da pintura e jardinagem, por exemplo, na escola Barão do Rio Branco, custou cerca de R$ 15 mil e o valor não saiu um centavo da escola. Um serviço desta espécie por uma empresa especializada numa licitação passaria dos R$ 100 mil”, afirma Nabor Bettega Júnior, da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (SUDE), vinculado a Secretaria de Estado da Educação (SEED) e responsável pelo andamento do projeto juntamente com a DEPEN / SEJU. Em relação aos custos dos “Mãos Amigas”, toda a verba do projeto é oriunda de recursos do ParanáEducação. Resultados positivos e agradecimentos Desde o último dia 3 de fevereiro as equipes da Sude e Seju estão reunindo os professores e diretores das escolas por onde já foi feito o trabalho e fazem a apresentação dos detentos, além de darem detalhes e prestarem agradecimentos à comunidade escolar pela acolhida aos trabalhadores. Desde quando foi implantado o “Mãos Amigas”, muitas empresas especializadas vêm entrando em contato e até mesmo contratando os detentos para serviços externos. Equipes da SUDE e SEJU em encontros explanativos com diretores e professores dos colégios que recentemente receberam o “Mãos Amigas” – Foto: SUDE / SEED O diretor do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, Pedro Billo – que está há 17 anos no cargo – enalteceu o projeto e comentou que durante os dias em que os trabalhadores estiveram no local “não houve nenhum problema”. O diretor Billo também comentou que caso o colégio precise, espera contar novamente com o serviço em outras oportunidades. Em relação à possibilidade de fuga, segundo os funcionários da Seju a chance é muito pequena e ocorreu somente uma vez quando um detento foi até a casa da família e retornou espontaneamente à unidade prisional três dias depois. São detentos que já estão no semiaberto e não querem perder a possibilidade até de uma profissão quando voltarem à sociedade, enxergando no “Mãos Amigas” uma nova chance. Integrantes da SUDE (à esquerda) e da SEJU (à direita) que dão execução e monitoram o “Mãos Amigas”. Projeto conta com uma Kombi para transporte dos trabalhadores e ferramentas de trabalho – Foto: SUDE / SEED Faz parte da equipe que faz o andamento do “Mãos Amigas” os funcionários da SUDE / SEED Nabor Bettega Junior, Nelson Alves Ferrer e Darci Adolfo Daenecke. De parte do DEPEN / SEJU os funcionários Aguinaldo dos Santos Zastanni e Adriano Alfredo Hasse - estes que fazem o transporte dos detentos nas unidades escolares com uma Kombi estilizada com o logotipo projeto além de carregar todos os equipamentos de trabalho (luvas, botas de borracha, rolos de pintura, rastelos etc.). O projeto de manutenção continuará ao decorrer do ano em várias outras escolas que já requisitaram o serviço anteriormente. Antes e depois da mão-de-obra dos detentos. Aspecto visual dos colégios foi renovado com pintura e totalmente custeada pelo ParanáEducação – Foto: SUDE / SEED O “Mãos Amigas” tem a supervisão do secretário da Educação e vice-governador Flávio Arns e conta com apoio do governador Beto Richa e do presidente da Assembleia Legislativa Valdir Rossoni. http://diariodoestado.com/projeto-maos-amigas-leva-dignidade-e-trabalho-detentos-na-manutencao-de-colegios-estaduais/

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