Mães fazem "Hora do Mamaço" em Curitiba

Diversas mães de Curitiba se encontraram na tarde deste sábado (4),no Jardim Botânico, para o ato público conhecido como “Hora do Mamaço”, uma manifestação que tem como o objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância do aleitamento materno natural. O evento integrou uma programação nacional organizada nas redes sociais pela organização Aleitamento Materno Solidário (AMS), que programou a Hora do Mamaço em diversas cidades e capitais.

Em Curitiba, a doula Mitiananda Fuganti, 22 anos, e fundadora da escola de pais Casa Viva, foi a responsável por reunir as aproximadamente 20 mães que amamentaram publicamente seus filhos nas escadarias da estufa do Jardim Botânico. De acordo com ela, o Mamaço integra a semana mundial do aleitamento materno, entre 1 e 7 de agosto, mas começou como um protesto contra o preconceito, quando, no começo do ano passado, uma mãe em São Paulo foi proibida de amamentar seu filho em público. “A partir daí, foi se criando a consciência de que existe uma série de questões não discutidas a respeito da amamentação. Muitos profissionais de saúde, inclusive, diante do menor problema de lactação, desencorajam as mães a dar leite natural para seus filhos, quando sabemos, por recomendação da Organização Mundial de Saúde [OMS], que o leite materno é o melhor alimento para qualquer bebê”, afirma.

A organizadora, mãe de Beatriz, de um ano, completa ainda que “o maior objetivo do evento é mostrar que o aleitamento deve vir sem preconceito e que todas as decisões a respeito dessa questão devem ser tomada unicamente pela família”.

A webdesigner Fernanda Lins Caldas, 24 anos, confessa, enquanto dá de mamar a seu filho Pedro, de apenas nove meses, que já recebeu vários olhares atravessados enquanto amamentava publicamente seu filho. “Não liguei. A gente sente fome em qualquer lugar, com as crianças não é diferente”, explica. Ela confessa que, embora já tivesse consciência, começou a pesquisar sobre o assunto mais a fundo durante a gravidez, como a amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses e a primeira mamada algumas horas após o parto. “Vim para cá para mostrar para as mães que o começo do aleitamento pode envolver diversas dificuldades no começo, mas que vale a pena persistir. É um gesto de amor e uma herança que a gente deixa para os filhos”.

A OMS recomenda não dar nenhum outro alimento complementar para crianças de até seis meses, a não ser por orientação médica, e continuar amamentando até os dois anos. O leite materno é considerado completo para a nutrição do bebê e fundamental para seu sistema imunológico, fornecendo anticorpos e leucócitos, entre outros elementos presentes no sistema da mãe. A jornalista Caroline Olinda também comenta o assunto em seu blog Diário de Mãe.

Fonte: Gazeta do Povo 04/08/2012