sábado, dezembro 10, 2011

Manifestantes pedem mais respeito no trânsito em Curitiba

Amigos e familiares de duas vítimas de atropelamento fazem protesto na Nicola Pellanda

Quase um mês após a morte de dois jovens, famílias e amigos se reuniram para pedir mais respeito dos motoristas e providências das autoridades em uma manifestação na manhã deste sábado (10) na Rua Nicola Pellanda, bairro Pinheirinho, em Curitiba. O protesto não bloqueou o trânsito.

Jennifer de Melo de Brito, de 12 anos, e Robson Luiz Silva, de 27 anos, tinham um plano simples para a noite do feriado do dia 15 de novembro deste ano: jantar em casa com os amigos. Por volta das 20 horas, os dois saíram de moto para buscar uma pizza, mas a programação foi interrompida na rua Nicola Pellanda, perto da esquina com a Rua Eduardo Pinto da Rocha, no bairro Pinheirinho.

De acordo com testemunhas, um carro branco que vinha em alta velocidade e na contramão atropelou a moto. Além de não parar para prestar socorro, o motorista ainda acelerou e arrastou o corpo de Robson por quase 50 metros de asfalto. Os dois morreram e o motorista fugiu.

Neste sábado (10), Jennifer estaria completando 13 anos de idade. Ela planejava começar o cursinho e Robson pretendia abrir uma empresa de calhas. Familiares e amigos fizeram uma homenagem em forma de manifestação no local do acidente. “A gente pede por justiça, mais de três testemunhas viram que o motorista do carro estava na contramão e em alta velocidade e até agora ele está livre”, diz Fernanda de Melo, irmã de Jennifer. “Meu sentimento é de revolta, o motorista viu o que fez e não prestou socorro. Eu não como, não durmo, não faço mais nada desde que perdi minha filha, não vou descansar enquanto não houver justiça”, diz Roseli Ferreira de Melo, mãe de Jennifer.

Travessia arriscada

Os manifestantes pediram ainda por providências por parte da administração pública, pois o local é perigoso. “É preciso mais respeito no trânsito, mas também dispositivos para diminuir a velocidade em cruzamentos e, principalmente, fiscalização das autoridades”, diz Terezinha Jesus Silva, mãe de Robson.

Durante a manifestação, o perigo do trânsito no local ficou evidente. A equipe de reportagem da Gazeta do Povo levou mais de 20 minutos para conseguir atravessar a Rua, sem faixa de pedestres por perto. E quem mora por lá, enfrenta o problema todos os dias. “Já fiquei mais de 40 minutos esperando para atravessar a rua e cheguei a pedir carona para chegar ao outro lado”, diz a aposentada Maria da Conceição Lucas.

A dona de casa Adriana de Moraes também é moradora e vítima da falta de segurança do local. “Meu marido já atropelou um motoqueiro, por falta de visibilidade na rua, mas nós pagamos todo o tratamento do rapaz”, lembra. Adriana passou pelo local no dia do acidente de Jennifer e Robson e ficou chocada com o que viu. “Eles estavam caídos longe da moto, dava para ver que foi algo violento e só o Siate estava presente. O motorista já tinha fugido. Conseguiram reconhecer o carro, pois algumas partes da lataria ficaram por ali”.

Justiça

Os familiares e amigos de Jennifer e Robson procuraram pelo Instituto Paz no Trânsito, para lutar por justiça. A ONG foi fundada em 2010, por Gilmar e Christiane Yared, que perderam seu filho, Gilmar Rafael Yared em um acidente envolvendo o ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho.

Juntos, o Instituto Paz no Trânsito e as famílias das vítimas pretendem fazer uma manifestação na rua Nicola Pellanda no dia 15 de janeiro.

"FONTE" GAZETA DO POVO

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