Na imagem, obras de construção do Cmei Faxinal, na regional Boa Vista (foto: Maurilo Cheli/SMCS
O vereador Denilson Pires (DEM), que integra a Comissão de Educação, Cultura e Turismo da Câmara de Curitiba, pediu informações sobre as creches em Curitiba. O documento foi aprovado nesta semana, em plenário. O vereador quer saber a quantidade de vagas disponíveis em cada creche, setorizadas nas administrações regionais, e nos estabelecimentos de ensino fundamental. Denilson quer orientar melhor as pessoas que o procuram, principalmente "em relação às reclamações de pais".
Para acabar com o déficit de vagas em creches, Curitiba teria que implantar 60 novas unidades. Esse seria o número próximo para dar conta da demanda reprimida e conhecida. Faltam cerca de 9 mil vagas na Capital, conforme reconhece a própria Prefeitura. Como em média as unidades construidas na Capital têm capacidade para 150 crianças, são necessários 60 novos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei). Para piorar a situação, algumas unidades que poderiam ter sido construidas ficam presas a burocracias por anos até saírem do papel.
A Prefeitura tem um compromisso com o Ministério Público Estadual (MP-PR) de acabar com o déficit de vagas até 2012. Mas a meta está difícil de ser cumprida. No ano passado, por exemplo, das 18 unidades previstas no orçamento de 2010, nenhuma foi concluída. A maioria foi empurrada para este ano. E mesmo assim seriam insuficientes. Porém, até o número de 9 mil pode estar subdimensionado.
Além de faltarem vagas e creches na Capital, também há o problema de falta material humano nos Centros Municipais de Educação Infantil. Faltam educadores. No momento a situação é contornada com um paliativo. Os educadores que atuam nos Cmeis estão sem a hora atividade para a cobrir a falta de pessoal. Segundo a categoria, nem há como fazer remanejamento algum.
“Como comparativo, deveriam ser três educadores por sala de aula, e uma lei municipal de 2007 diz que cada educador tem oito horas semanais para planejamento. Mas nenhuma delas acontece em Curitiba”, aponta o diretor de Organização de Base do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), Juliano Soares.
Segundo Soares, mesmo com os afastamentos de educadores, há seis meses nenhum é reposto. Isso quer dizer que mesmo que a Prefeitura abrisse as 9 mil vagas, não teria quem cuidasse das salas. “A Prefeitura vem sacrificando os profissionais dos Cmeis. Muitas salas acabam ficando com apenas dois educadores e às vezes só um”, continua. Isso sem falar na remuneração, que também afasta o profissional da carreira pública. O piso do educador, que tem nível superior, é de R$ 1.150 por 40 horas semanais. O de um professor na rede municipal, como comparação, é de R$ 1.230, por 20 horas.
Já segundo a Prefeitura, não há falta de educadores na Capital. E se for preciso, há um novos educadores a serem chamados num banco de reserva do concurso público realizado no ano passado e que serão convocados conforme a demanda. E, se necessário, a Prefeitura realizará outro concurso
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Via Bem Paraná
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