domingo, julho 17, 2011

Futuro do jornalismo está nas mídias digitais


O jornalismo na era da internet passou por transformações profundas, desde a forma com que as notícias são produzidas e veiculadas até o leitor, que recebe a informação de maneira mais rápida e interativa. Atento a essa nova perspectiva do mercado da comunicação, o jornal O Estado do Paraná migrou para a plataforma digital no último mês de fevereiro e, completando 60 anos de existência, agora está veiculado exclusivamente na web.
Esse novo formato, capaz de compartilhar diferentes formatos e permitir um nível de interatividade até então desconhecido, é visto como uma verdadeira revolução por Ricardo Pedreira, diretor executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ). Ele ressalta o pioneirismo de O Estado do Paraná nesse novo cenário, já que se trata do primeiro jornal online a ser filiado à ANJ.
"É um orgulho ter o jornal de um grupo de tradição como nosso associado. O veículo está duplamente de parabéns: pelos 60 anos e por ser pioneiro quando se fala em jornalismo online", declara Pedreira.
Mesmo consciente de que os jornais impressos ainda têm uma longa vida, o diretor executivo da ANJ reconhece que o futuro do jornalismo está nas mídias digitais. "O principal patrimônio de um jornal é a notícia de credibilidade. E o grande desafio das empresas hoje é fazer essa credibilidade migrar da mídia impressa para a mídia online", afirma.
Quando se fala em jornalismo na internet, está subentendido conteúdo gratuito à disposição do leitor. Mas, de acordo com Pedreira, esta é uma realidade que tende a mudar com o passar do tempo. Apesar da economia gerada com o corte em impressão e distribuição do jornal impresso, ele ressalta que a principal dificuldade da internet é a sustentabilidade financeira.
"Não está claro ainda como os veículos online vão continuar oferecendo todo o conteúdo gratuitamente, se sustentando apenas pela publicidade. O grande desafio é criar um modelo de negócio autossustentável na internet".
Pedreira, no entanto, diz que ainda é cedo para saber qual a melhor maneira dos veículos online se manterem financeiramente. "Estamos em um movimento profundo de transformação como nunca houve antes no jornalismo. É uma revolução que ainda está em processo", avalia.
Além da nova plataforma, essa revolução trouxe também uma mudança de atitude do leitor em relação às notícias. O diretor-executivo aponta que a audiência está mais ativa, à medida em que é permitida a interação do internauta com o conteúdo. "Muitas vezes os cidadãos até contribuem com as informações, dando pontos de vista privilegiados que enriquecem o jornalismo". Isso, sublinha, não diminui a importância do papel do jornalista, mas incorpora novos elementos.
Entre todos os pontos que envolvem a migração do meio impresso para o digital está a questão da linguagem, que precisa ser adequada às necessidades dessa mídia. "A internet tem a característica de ter uma audiência jovem, que se depara com a notícia com mais rapidez. A tendência é que os veículos impressos sejam mais analíticos enquanto o online foque na objetividade", aponta. 

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