domingo, agosto 28, 2011

Irmãos sofrem atentado a pistola perto de delegacia em Curitiba

Dois irmãos, filhos de um delegado aposentado do Mato Grosso, foram vítimas de uma tentativa de execução neste fim de semana, em Curitiba. Houve troca de tiros entre os ocupantes de dois carros e os irmãos estavam em um desses veículos. Foi no bairro Capão de Imbuia, próximo à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran).
Um dos irmãos tentou fugir a pé, mas acabou morto por sete tiros de pistola, na rua. Já o outro, mesmo tendo levado tiros, conseguiu dirigir o carro até o Dedetran e chegou com vida ao Hospital Cajuru.
De acordo com a Delegacia de Homicídios (DH), foram recolhidos nove estojos de munição para pistola 9 mm – uma arma de uso restrito. O carro foi apreendido porque o licenciamento não estava em dia. Os outros envolvidos não foram localizados, nem o carro deles.
Ainda segundo a DH, no carro dos irmãos havia um pouco de cocaína, “possivelmente para uso próprio”.
Paz sem voz é medo
Um policial civil lotado na Dedetran falou com o G1, com a condição de não ter o nome revelado. Ele admitiu ter envolvimento com o Sindicato dos Investigadores da Polícia do Paraná (Sipol), mas garante estar fazendo o que chama de “papel do cidadão”.
Ele diz, sobre a violência no bairro Capão da Imbuia: “Até eu, apesar de policial, tenho medo. O cidadão aparece aqui para nos pedir ajuda, a gente tem de dizer que não pode fazer nada, porque só cuidados de assuntos de trânsito e estelionato. Mesmo assim eles [os cidadãos] vêm até aqui para nos contar. E a gente sabe que tem muita coisa errada”.
Questionado sobre o que queria dizer com “coisa errada”, ele respondeu que “a duas ou três quadras da delegacia tem uma boate clandestina, onde funciona distribuição de drogas, e a Polícia Militar sabe, mas não faz nada. Eu me sinto acuado”. Na avaliação dele, o problema das polícias do Paraná é tanto de falta de dinheiro quanto de gestão.
“Com a entrada de novos policiais, por concurso, as coisas estão melhorando, porque os gestores passaram a notar que as pessoas são esclarecidas. (...) Mas ainda há muita influência da política [na indicação de nomes]”, admite. Depois de se desculpar, o policial terminou com uma confissão: “A polícia é um bico para mim”.
Fonte: G1 28/08/2011

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